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Dependência química - Uma nova visão

Antigamente, as pessoas tinham uma crença que a dependência química era apenas falta de força de vontade. Porém, com o avançar dos estudos e pesquisas, a dependência química passou a ser um diagnóstico distinto e não associado com outras patologias como acontecia.

Foi apenas em 1994, com o DSM IV (Manual Diagnóstico Estatístico dos Transtornos Mentais) que a dependência veio descrita como uma patologia com diagnóstico próprio e características (sinais e sintomas) específicos. Atualmente, esse problema é reconhecido pela psiquiatria como a patologia

que necessita de tratamentos específicos.

Terapia de grupo e seus benefícios

Na terapia de grupo, o paciente não está sendo julgado, afinal de contas, todos ali já passaram pelas mesmas situações ou até piores. Por isso, entre os diversos benefícios da terapia de grupo é que o dependente está em um ambiente mais acolhedor no qual ele não precisa sentir vergonha da sua atual condição. Ele consegue se identificar e fazer uma conexão emocional com os outros membros do grupo.

A pessoa está sendo compreendida e ouvida

Muitas vezes, ser ouvido é tudo o que precisamos. Tudo o que é dito na terapia, fica na terapia e isso oferece mais confiança para falar sobre seus principais problemas emocionais. Por exemplo, em uma terapia de grupo você não ouvirá termos como “no seu lugar…” muito comum como quando você conversa com um amigo a respeito de determinado problema.

Isso não acontece porque, de fato você não está passando pelo que o outro está passando. Você tem outros problemas, mas não os mesmos e, portanto, são soluções diferentes.

Há pessoas que se importam com o outro

O grau de empatia dentro de um grupo de psicoterapia é muito elevado. Estamos falando de um grupo de pessoas que passaram pelos mesmos conflitos. Por isso, fica mais fácil se colocar no lugar do outro e compreender os outros menbros sem fazer julgamentos.

Existe uma troca

Em um ambiente onde todos interagem e criam vínculos ocorre uma troca de conhecimentos, de histórias e de sentimentos. Esse tipo de troca é extremamente valiosa, pois conhecer um pouco sobre a vivência do outro faz com possamos refletir um pouco mais sobre a nossa própria vivência, nossas atitudes e hábitos. Nos sentimos mais solidários com o outro e promove uma mudança na forma de pensar.

Colabora com o autoconhecimento

Quanto mais nos conhecemos, melhor conseguimos lidar com as adversidades. Se nos conhecemos, dificilmente deixamos alguém ou alguma coisa tirar a nossa paz, não nos ofendemos com o que o outro diz sobre nós ou sobre quem amamos. Essa tranquilidade emocional é essencial para o dependente químico.

A partir de todos esses benefícios, fica mais fácil, por exemplo, o dependente melhorar as suas relações sociais com amigos e familiares. Ele passa a compreender melhor o seu problema, a sua dificuldade e encontra caminhos para enfrentá-la.

A psicoterapia em grupo é um dos tratamentos que pode estar associado ou não a outros dentro dos centros de recuperação. Lembrando que, caso o paciente não se sinta à vontade, ele pode não participar dos grupos.

Ele é quem toma a decisão
 

Carta AOS que estão vivenciando problemas com algo ou drogas: CALMA!

​Eu sei… quando estamos ansiosos, nervosos, preocupados, essa parece ser a última palavra que queremos ouvir. Mas, acredite, é fundamental.

Trabalho com dependência química há anos e acompanho o desfecho de muitas histórias. Por isso, hoje falo com segurança: quando você admite, aceita o problema e busca ajuda, o começo pode parecer o fim do mundo. Você pode pensar: “Eu nunca vou conseguir ficar sem usar”.

Mas acredite: você vai descobrir muitas coisas importantes ao longo do caminho.

Vai descobrir que:

• A dependência química não define quem você é.

• O seu diagnóstico não é culpa de ninguém — sério, ninguém tem culpa.

• O seu tratamento é uma escolha, um compromisso: é de sua responsabilidade.

• Ter dependência química não significa que sua vida acabou ou que você nunca mais sentirá prazer — a vida está cheia de surpresas agradáveis para você viver em sobriedade.

• Você pode, sim, ter uma família, ser um pai ou uma mãe amorosos e protetores, capazes de orientar os filhos sobre os riscos do uso abusivo.

• Algumas medicações podem ajudar (e muito!) no seu processo de recuperação.

• Falar sobre sentimentos e se comunicar não é tão difícil quanto parece — e isso será libertador.

• Muitas pessoas ao seu redor não vão entender o que é dependência química; muitas vezes, será você quem terá que informar, educar, compartilhar. Por isso: busque informação, entenda a sua condição e como ela se manifestou em sua vida.

• Mesmo fazendo tudo “certinho”, a confiança das pessoas vai demorar um tempo para se restabelecer. E está tudo bem — paciência e perseverança são importantes.

• Não existe fórmula mágica. O que dá certo para um pode não dar para você. Mas você vai encontrar o seu caminho — existem inúmeras possibilidades de tratamento, e alguma delas fará sentido para você.

• Você precisa continuar se amando, mesmo tendo esse problema.

Por fim…
Você, em algum momento, vai sentir raiva, vai se perguntar: “Por que eu?”.

Mas e se… e se você começasse a olhar para a dependência química como uma oportunidade de crescer, melhorar e evoluir?

Pense nisso com carinho.

Receba meu abraço e meu desejo sincero de boas escolhas.

Você merece uma vida plena e cheia de sentido.

Com respeito e esperança,

Ellen C. Fabri

Psicóloga – crp 06.133505

 “Uma profissional que acredita na sua capacidade de mudar”

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